free falling
quinta-feira, novembro 27, 2008
INCONSTÂNCIA
Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também...nem eu sei quando...
Florbela Espanca
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também...nem eu sei quando...
Florbela Espanca
quarta-feira, novembro 26, 2008
prevenida ou desumana?

toca a campanhia 00:30
- tia, tem um cobertor?
- não tem.(rápido assim respondi)
eu estava sozinha em casa
não estava frio
medo
como entregar o cobertor?
e se ele me rendesse no portão?
ele estava sozinho
eu tinha um coberto
que ontem havia separado para doar
cobertor não para o frio
mas para deitar na calçada
fazer de cama
dormir com fome
e agora com frio
fiquei depois atrás da janela fechada
com o vidro aberto para ouvir
o guarda da rua e
pedir a ele que entregasse o cobertor
mas nada ouvi
nem um apito
nem uma voz
me arrependi
de não ter confiado
no pedido do menino
maldita sociedade
- tia, tem um cobertor?
- não tem.(rápido assim respondi)
eu estava sozinha em casa
não estava frio
medo
como entregar o cobertor?
e se ele me rendesse no portão?
ele estava sozinho
eu tinha um coberto
que ontem havia separado para doar
cobertor não para o frio
mas para deitar na calçada
fazer de cama
dormir com fome
e agora com frio
fiquei depois atrás da janela fechada
com o vidro aberto para ouvir
o guarda da rua e
pedir a ele que entregasse o cobertor
mas nada ouvi
nem um apito
nem uma voz
me arrependi
de não ter confiado
no pedido do menino
maldita sociedade
que ignora o que não quer ver
porque nunca esteve lá
quinta-feira, novembro 06, 2008
quarta-feira, novembro 05, 2008
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